Língua Portuguesa

Romantismo
Luiz Júnior

     

    O Romantismo é uma corrente literária surgida na Europa no final do século XVIII. A Inglaterra, Itália e Alemanha são o berço deste estilo, mas é a França que expandirá e desenvolverá o Romantismo pelo mundo, devido às Revoluções Industrial e Francesa.
Em Portugal o Romantismo é trazido por Almeida Garrett, que, exilado na Inglaterra, conhece Shakespeare com suas obras românticas que levavam à morte. Assim voltando para Portugal publica o poema Camões, que, com características neoclassicistas, abre caminho para o estilo romântico português, junto com Alexandre Herculano são responsáveis pela Primeira Geração do Romantismo em Portugal. Esta que tem como características o Neoclassicismo, Nacionalismo e o Medievalismo. As obras tinham temáticas voltadas para triunfos medievais e amor.
   No Brasil a corrente chega com Gonçalves de Magalhães com o poema Suspiros Poéticos e Saudades e tem seu auge com Gonçalves Dias com A canção do exílio. Esse período tem como características poemas narrando a Pátria, numa tentativa de apresentar o Brasil para o mundo; e mostrando o índio, como único e verdadeiro brasileiro (americano), pois tinham o branco como europeu-colonizador, o negro como africano-escravo, e o nativo seria o único herói, pois na Europa narravam-se fatos de cavaleiros medievais e esse período não existiu na história brasileira, então, decidiu-se falar sobre o índio. As obras desta primeira Geração tinham, também, como característica a religiosidade, herança dos portugueses, já que em Portugal a religião era predominantemente influente.
    A Segunda Geração é marcada pelo exagero, chamada de Ultrarromantismo. O pessimismo, o egocentrismo exacerbado, culto à morte, medo de amar e o subjetivismo são características desta fase. No Brasil Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire são os principais autores, eram estudantes que se reuniram. Estes poetas sofriam do “mal do século” onde o medo de amar e o amor não correspondido levava à morte. A mulher, que no romantismo é perfeita, virgem e pura, neste período é exageradamente pura, eram anjos, crianças, defuntas, etc. Têm uma imagem de sem vida “sem sal”. O sexo é subjetivo, escondido, dificilmente acontece.
Em Portugal a segunda fase do Romantismo é também marcada pelo exagero. Camilo Castelo Branco é o grande autor desta fase portuguesa e ele trás para suas obras a vida conturbada, principalmente em Amor de Perdição.
     A Terceira geração do Romantismo trás tendências pré-realistas, tanto no Brasil, quanto em Portugal. Lá, somente a prosa influencia, com Júlio Diniz, principal obra As pupilas do Senhor Reitor. No Brasil, Castro Alves é o “Poeta dos Escravos”, trás para seus poemas, a vida sofrida dos africanos, que eram traficados para o Brasil. O Amor agora é mais sensual, característica do realismo.
    O Romance Indianista retrata o índio (herói romântico) como “o bom selvagem”, como na primeira geração da poesia. O Autor desta fase do romantismo é José de Alencar com Iracema, Ubirajara e o Guarani, em suas obras Alencar tenta apresentar o romance entre o índio e o europeu, mostrando assim as diferentes culturas e também o nascimento do povo brasileiro. Lembrando que na Europa na prosa abordava-se o cavaleiro medieval, como no Brasil não tínhamos esse protagonista, o índio foi escolhido para representar-nos.
   O Romance Regionalista surge com a necessidade de mostrar para as cidades a vida no campo, então as obras destinavam-se a descrever os ambientes, tentando mostrar, para o leitor burguês das cidades, o interior do Brasil. José de Alencar publica O Gaúcho, O Sertanejo e outras; Inocência de Visconde de Taunay representa bem esse período.
   O Romance Urbano narra a vida burguesa do Rio de janeiro, A moreninha de Joaquim Manuel de Macedo como primeiro romance brasileiro é marca deste momento. José de Alencar lança a série “perfis femininos” com: Senhora, Diva e Lucíola, trazendo, já nestas obras, críticas realistas sobre a sociedade.

 

 

ADJETIVO

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade.
Bondade
, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. 

Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Classificação do Adjetivo

Explicativo:
exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.
 
Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.
Formação do Adjetivo

Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
ADJETIVO SIMPLES Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.
ADJETIVO COMPOSTO Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.
ADJETIVO PRIMITIVO É aquele que dá origem a outros adjetivos. Por exemplo: belo, bom, feliz,  puro.
ADJETIVO DERIVADO É aquele que deriva de substantivos ou verbos. Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.

 

Adjetivo Pátrio

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiros:
Acre acreano
Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belém (PA) belenense
Belo Horizonte belo-horizontino
Boa Vista boa-vistense
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
Curitiba curitibano
Estados Unidos estadunidense, norte-americano ou ianque
El Salvador salvadorenho
Guatemala guatemalteco
Índia indiano ou hindu (os que professam o hinduísmo)
Irã iraniano
Israel israelense ou israelita
Moçambique moçambicano
Mongólia mongol ou mongólico
Panamá panamenho
Porto Rico porto-riquenho
Somália somali

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos:

África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo: Competições teuto-inglesas
América américo- / Por exemplo: Companhia américo-africana
Ásia ásio- / Por exemplo: Encontros ásio-europeus
Áustria austro- / Por exemplo: Peças austro-búlgaras
Bélgica belgo- / Por exemplo: Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Por exemplo: Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Por exemplo: Mercado hispano-português
Europa euro- / Por exemplo: Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Por exemplo: Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Por exemplo: Filmes greco-romanos
Índia indo- / Por exemplo: Guerras indo-paquistanesas
Inglaterra anglo- / Por exemplo: Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Por exemplo: Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Por exemplo: Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Por exemplo: Acordos luso-brasileiros

LOCUÇÃO ADJETIVA
Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para contar a mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo.)

Por exemplo:









aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe outros exemplos:
de águia aquilino
de aluno discente
de anjo angelical
de ano anual
de aranha aracnídeo
de asno asinino
de baço esplênico
de bispo episcopal
de bode hircino
de boi bovino
de bronze brônzeo ou êneo
de cabelo capilar
de cabra caprino
de campo campestre ou rural
de cão canino
de carneiro arietino
de cavalo cavalar, equino, equídio ou hípico
de chumbo plúmbeo
de chuva pluvial
de cinza cinéreo
de coelho cunicular
de cobre cúprico
de couro coriáceo
de criança pueril
de dedo digital
de diamante diamantino ou adamantino
de elefante elefantino
de enxofre sulfúrico
de esmeralda esmeraldino
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo
de farinha farináceo
de fera ferino
de ferro férreo
de fígado figadal ou hepático
de fogo ígneo
de gafanhoto acrídeo
de garganta gutural
de gelo glacial
de gesso gípseo
de guerra bélico
de homem viril ou humano
de ilha insular
de intestino celíaco ou entérico
de inverno hibernal ou invernal

FLEXÃO DOS ADJETIVOS

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

 Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e femininino). De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino.

Por exemplo:









ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento.

Por exemplo:









o moço norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino.

Por exemplo:









homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino.

Por exemplo:









conflito político-social e desavença político-social.
Número dos Adjetivos

 Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples.

Por exemplo:

mau e maus

feliz e felizes

ruim e ruins

boa e boas
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. .

Por exemplo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:

Motos vinho (mas: motos verdes)

Paredes musgo (mas: paredes brancas).

Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). 



















Adjetivo Composto
Adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável.

Por exemplo:

Camisas rosa-claro.

Ternos rosa-claro.

Olhos verde-claros.

Calças azul-escuras e camisas verde-mar.

Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Obs.:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.

- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados.



Grau do Adjetivo

Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo.

Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
   
1) Sou tão alto como você. Comparativo De Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.

2) Sou mais alto (do) que você. Comparativo De Superioridade Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a "mais...do que" ou "mais...que".

3) O Sol é maior (do) que a Terra. Comparativo De Superioridade Sintético
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas 
sintéticas, herdadas do latim. São eles:

bom-melhor pequeno-menor
mau-pior alto-superior
grande-maior baixo-inferior

 a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade, pois equivalem 

a mais pequeno e mais mau, respectivamente.

b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau, mais 
 grande e mais pequeno.

Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos.
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades de um mesmo elemento.

4) Sou menos alto (do) que você. Comparativo De Inferioridade
    
Sou menos passivo (do) que tolerante.


fonte: Só português

Fala e signo 


Fala

É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada indivíduo, além de  conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa. 

Níveis da fala

Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:
  • Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.
  • Nível formal-culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais estabelecidas pela língua.

Signo

signo linguístico é um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante. Ao escutar a palavra cachorro, reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses sons se identificam com a lembrança deles que está em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real imagem sonora, armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo cachorro. Quando escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente é o significado do signo cachorro e também se encontra armazenado em nossa memória.

Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obedecer às regras gramaticais convencionadas pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido um diante do signo cachorro, formando a sequência um cachorro, o mesmo não seria possível se quiséssemos colocar o artigo uma diante do signo cachorro. A sequência uma cachorro contraria uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. Os signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização. O conhecimento de uma língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras combinatórias.

signo = significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + significante (é a imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas)
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais.
Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis:  significado e significante.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão.

 Língua Falada e Língua Escrita  

Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.


No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.

Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.

Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.

Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.

Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.

Linguagem e língua    

Linguagem

É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). Num sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se.

Tipos de Linguagem

A linguagem pode ser:

Verbal: a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.
agua potavel.gif (2569 bytes)     area em manutencao.gif (2805 bytes)
As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a informação).

Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.

   enrolamento direita.jpeg (5143 bytes)

Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

Língua

A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por exemplo:

falantes da língua portuguesa.

A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por outro lado, não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para permitir um exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira:

A família de Regina era paupérrima.

Outro, no entanto, pode optar por:

A família de Regina era muito pobre.

As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações da fala de cada um. Note, além disso, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para não correrem o risco de produzir enunciados incompreensíveis como:

Família a paupérrima de era Regina.

2° Ano

 

O substantivo faz parte da classe de palavras variáveis da língua portuguesa. Isso quer dizer que pode apresentar flexões de gênero, número e grau.
A definição de substantivo é: a palavra que dá nome aos seres, coisas, lugares, idéias, sentimentos.

● Quanto à forma, os substantivos podem ser classificados em: simples, compostos, primitivos e derivados. Vejamos:

Substantivo simples: Quando possui apenas uma palavra ou um termo: tempo, flor, sol, chuva.

Substantivo composto: Quando possui mais de uma palavra ou de um termo: passatempo, couve-flor, girassol, guarda-chuva.

Substantivo primitivo: É a base de formação de outras palavras, ou seja, não deriva de nenhuma outra palavra: pedra, carta, nobre.

Substantivo derivado: É formado a partir de outra palavra, a qual é um substantivo primitivo: pedreiro, carteira, nobreza.

● Quanto à classificação, os substantivos podem ser classificados em: próprio, comum, coletivo, concreto, abstrato.

Substantivo próprio: Nomeia um ser, especificando-o (nomes, sobrenomes, países, cidades, rios,
oceanos, etc.): Jesus, Cristo, Vitória, Nilo, Atlântico.

Substantivo comum: Nomeia um ser, generalizando-o: casa, rio, oceano, esperança, caráter, paz.

Substantivo concreto: Nomeia pessoas, objetos, lugares que existem ao natural ou na imaginação: saci, cadeira, fada, mesa.

 Substantivo abstrato: Nomeia ações, qualidades, defeitos, estados, sentimentos que não existem ao natural: pensamento, beleza, felicidade, calor, frio, vida.

Substantivo coletivo: Designa um conjunto de seres ou coisas de uma mesma espécie: bando, congresso, alcatéia, povo, coro.

 

A Origem da Língua Portuguesa

A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

Derivou-se o nosso idioma, como língua romântica, do Latim vulgar.

É bastante difícil conhecer a língua dos povos habitantes na península Ibérica antes dos Romanos dela se apossarem.

Os Romanos ocuparam a Península Ibérica no séc. III antes de nossa Era. Contudo, ela só é incorporada ao Império no ano 197 antes de Cristo. Tal fato não foi pacifico. Houve rebeliões contra o jugo Romano.

O Latim, língua dos conquistadores, foi paulatinamente suplantado a dos povos pré-latinos. “Os turdetanos, e mormente os ribeirinhos do Bétis, adotaram de todos os costumes romanos, e até já nem se lembram da própria língua.” (Estrabão).

O Latim implantado na Península Ibérica não era o adotado por Cícero e outros escritores da época clássica (Latim clássico).

Era sim o denominado Latim Vulgar. O Latim Vulgar era de vocabulário reduzido, falado por aqueles que encaravam a vida pelo lado prático sem as preocupações de estilísticas do falar e do escrever.

O Latim Clássico foi conhecido também na Península Ibérica, principalmente nas escolas. Atestam tal verdade os naturais da Península : Quintiliano e Sêneca.

- O Português vem do Latim vulgar

Sabe-se que o latim era uma língua corrente de Roma. Roma, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões imensas. Com as conquistas vai o latim sendo levado a todos os rincões pelos soldados romanos, pelos colonos, pelos homens de negócios. As viagens favoreciam a difusão do latim.

Primeiramente o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, plenas províncias do oeste do domínio colonial, pela Gália, pela Espanha, pelo norte e nordeste da Récia, pelo leste da Dácia. O latim se difundiu acarretando falares diversos de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou novilatinas.

Românticas porque tiveram a mesma origem: ao latim vulgar. Essas línguas são, na verdade, continuação do latim vulgar. Essas línguas românticas são: português, espanhol, catalão, provençal francês, italiano, rético, sardo e romeno.

No lado ocidental da Península Ibérica o latim sentiu certas influencias e apresenta características especiais que o distinguiam do “modus loquendi” de outras regiões onde se formavam e se desenvolviam as línguas românticas. Foi nesta região ocidental que se fixaram os suevos. Foram os povos bárbaros que invadiram a península, todos de origem germânica Sucederam-se nas invasões os vândalos, os suevos (fixaram-se no norte da península que mais tarde pertenceria a Portugal), os visigodos. Esses povos eram atrasados de cultura. Admitiram os costumes dos vencidos juntamente com a língua regional.

É normal entender a influencia desses povos bárbaros foi grande sobre o latim que aí se falava, nessa altura bastante modificado.

- Formação de Portugal

No século V, vários grupos bárbaros entraram na região ibérica, destruindo a organização política e administrativa dos romanos. Entretanto é interessante notar o domínio político não corresponde a um domínio cultural, os bárbaros sofreram um processo de romanização. Neste período formaram-se uma sociedade distinta em três níveis: clero, os ricos e políticos poderosos; a nobreza, proprietários e militares; e o povo.

No século VII essa situação sofre profundas mudanças devido a invasão muçulmana, estendendo –se assim o domínio árabe variando de regiões, e tinha sua maior concentração na região sul da Península, e o norte não conquistado servia de refúgio aos cristãos e lá organizaram a luta de reconquista, que visava a retomado do território tomado pelos árabes.

No que a Reconquista progredia a estrutura de poder e a organização territorial vão ganhando novos contornos; os reino do norte da Península (Leão, Castela, Aragão) estendem suas fronteiras para o sul, o reino de Leão passa a pertencer a o Condato Portucalense.

No fim do século XI, o norte da Península era governado por o rei Afonso VI, pretendendo expulsar todos os muçulmanos, vieram cavaleiros de todas as partes para lutar contra os mouros, dentre os quais dois nobres de borgonhas: Raimundo e seu primo Henrique. Afonso VI tinha duas filhas: Urraca e Teresa. O rei promoveu o casamento de Urraca e Raimundo e lhe deu como dote o governo de Galiza; pouco depois casou Teresa com Henrique e lhe deu o governo do Condato Portucalense. D. Henrique continua a luta contra os mouros e anexando os novos territórios ao seu condato, que vai ganhado os contornos do que hoje é Portugal.

Em 1128, Afonso Henriques – filho de Henrique e Teresa- proclamou a independência do Condato Portucalense, entrando em luta com as forças do reino de Leão. Quando em 1185 morre Afonso Henriques, os muçulmanos dominavam somente o sul de Portugal. Sucede a Afonso Henriques o rei D. Sancho, que continuava a lutar contra os mouros até sua expulsão total.. Dessa forma consolida-se a primeira dinastia portuguesa: a Dinastia de Borgonhas.


A SOCIEDADE

A formação de Portugal ocorreu num período de grande transição em que se percebe que o sistema feudal em crise e, em contrapartida, o crescimento de em áreas urbanas. Então este período se resume ao período de transição do feudalismo para as atividades econômicas, como os mercadores e os negociantes de dinheiro.


EVOLUÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA

A formação e a própria evolução da língua portuguesa contam com um elemento decisivo: o domínio romano, sem desprezar por completo a influência das diversas línguas faladas na região antes do domínio romano sobre o latim vulgar, o latim passou por diversificações, dando origem a dialetos que se denominava romanço ( do latim romanice que significava, falar a maneira dos romanos).
Com várias invasões barbaras no século V, e a queda do Império Romano no Ocidente, surgiram vários destes dialetos, e numa evolução constituíram-se as línguas modernas conhecidas como: neolatinas. Na Península Ibérica, várias línguas se formaram, entre elas o catalão, o castelhano, o galego-português, deste último resultou a língua portuguesa.
O galego-português, era uma língua limitada a todo Ocidente da Península, correspondendo aos territórios da Galiza e de Portugal, Cronologicamente limitado entre os séculos XII e XIV, coincidindo ocom o período da Reconquista. Na entrada do século XIV, percebe-se maior influência dos falares do sul, notadamente na região de Lisboa; aumentando assim as diferenças entre o galego e o português.
O galego apareceu durante o século XII e XV, aparecendo tanto em documentos oficiais da região de Galiza como em obras poéticas. Apartir do século XVI, com o domínio de Castela, introduz-se o castelhano como língua oficial, e o galego tem sua importância relegada a plano secundário.
Já o português, desde a consolidação da autonomia política e, mais tarde, com a dilatação do império luso, consagra-se como língua oficial. Da evolução da língua portuguesa destaca-se alguns períodos: fase proto-histórica, do Português arcaico e do Português moderno.

FASES HISTÓRICAS DO PORTUGUÊS


• Fase proto-histórica

Anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usado apenas em documentos e por isso também chamado de latim tabaliônico ou dos tabeliões).
• Fase do português arcáico

Do século XII ao século XVI, corresponde dois períodos:
a) do século XII ao século XIV, com textos em galego-português;
b) do século XIV ao século XVI, com a separação do galego e o portugu6es.

• Fase do português moderno
A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e adquiri as caracteristicas do português atual. A rica literatura renascente portuguesa, produzida por Camões, teve papel fundamental nesse processo. As primeiras gramáticas e dicionários da língua portuguesa também surgiram do século XVI.


GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve as expansões territorial lusitana ocorrida no século XV a XVI. Assim que o língua portuguesa partiu do ocidente lusitano , entrou por todos os continentes: América (com o Brasil), África (Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, República Democrática de São Tomé e Príncipe), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), e Oceania (Timor), além das ilhas atlânticas próximas da costa africana ( Açores e Madeira), que fazem parte do estado português.

Em alguns países o português é a língua oficial (República Democrática de São Tomé e Príncipe, o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde), e apesar de incorporações de vocábulos nativos de modificações de pronúncia, mantêm uma unidade com o português de Portugal.

Em outros locais, surgiram dialetos originários do português. E também regiões em que essa língua é falada apenas por uma peguena parte da população, como em Hong Kong e Sri Lanka.


Bibliografia

NICOLA, José de, Língua, Literatura e Redação, 6ª ed., Editora Scipione, 1994
TERSARIOL, Alpheu, Biblioteca da língua portuguesa, 14ª ed., Editorial Irradiação S.A.- São Paulo, 1970
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/a-origem-da-lingua-portuguesa.html

Formação das Palavras


Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada por apenas um radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou mais radicais, composição. São os seguintes os processos de formação de palavras: Derivação: Formação de novas palavras a partir de apenas um radical.
Derivação Prefixal 

Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva; também chamado de prefixação.
Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz.
Derivação Sufixal

Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação.
Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer.
Derivação Prefixal e Sufixal

Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, em tempos diferentes; também chamado de prefixação e sufixação.
Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer.
Derivação Parassintética

Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado de parassíntese.
Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer.

Obs.: A maneira mais fácil de se estabelecer a diferença entre Derivação Prefixal e Sufixal e Derivação Parassintética é a seguinte: retira-se o prefixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, será Der. Parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de envernizar: não existe a palavra vernizar; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra enverniz. Portanto, a palavra foi formada por Parassíntese.
Derivação Regressiva

É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra derivada.
Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate.
Derivação Imprópria

É a formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical. Por exemplo: a palavra gelo é um substantivo, mas pode ser transformada em um adjetivo: camisa gelo.
Composição

Formação de novas palavras a partir de dois ou mais radicais.
Composição por justaposição

Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais ponta e , obtém-se a palavra pontapé. O mesmo ocorre com mandachuva, passatempo, guarda-pó.
Composição por aglutinação

Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais água e ardente, obtém-se a palavra aguardente, com o desaparecimento do a. O mesmo acontece com embora (em boa hora), planalto (plano alto).
Hibridismo

É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes.
Por exemplo: automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia.
Onomatopéia

Consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza. 
Por exemplo: zunzum, cricri, tiquetaque, pingue-pongue.
Abreviação Vocabular

Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta.
Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de cinematografia, cinema ou cine.
Siglas

As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome.
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
Neologismo semântico

Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já existe.
Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro: pessoa boa, pessoa legal.
Empréstimo linguístico

É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser
escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping center"

http://www.algosobre.com.br/portugues/formacao-das-palavras.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário